Adolescente que teve a perna amputada recebe convite de paralímpicos

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Menos de 24 horas após ter a perna esquerda amputada, o futuro de Gabriel Lucas Alves começou a ser traçado – ou pelo menos sonhado – pela família. “Ainda estamos com o coração partido. Mas vamos nos recuperar e incentivar que ele seja atleta paralímpico. Vamos abraçar essa causa”, disse o pai do garoto de 15 anos, Amilton do Nascimento, que já recebeu visitas e telefonemas de atletas paralímpicos que convidaram Gabriel a treinar para se profissionalizar.

Gabriel é uma das vítimas da linha chilena. Ele caminhava por uma rua de Betim, quando teve a perna atingida e cortada pela linha. O menino foi submetido a duas operações na tentativa de manter o membro, que acabou amputado na manhã de quarta-feira (24).

Antes de ser vítima da linha chilena, o grande sonho de Gabriel Lucas era ser jogador de futebol profissional. Agora, conforme a família, ele poderá ser atleta, só que na modalidade paralímpica. Para isso, o menino precisa de uma prótese que custa R$ 40 mil.

Os pais do adolescente não têm essa quantia, mas algumas pessoas e empresas já se ofereceram para doar o equipamento. “Por enquanto são promessas, não tem nada certo. Mas se não ganharmos a prótese, faremos uma campanha para arrecadar dinheiro e comprar o equipamento”, revelou Amilton.

Esportes para amputados

Na manhã desta quinta-feira (25), um atleta paralímpico e um integrante da Associação Mineira de Desportos para Amputados (AMDA) estiveram no Hospital Regional de Betim para fazer um convite especial para os pais de Gabriel. “Queremos que ele treine no Centro de Referência Paralímpico da UFMG. Vim convidá-lo para fazer parte da equipe”, revelou o atleta paralímpico Raniele Alves, de 39 anos.

Amputado há 15 anos, ele atualmente treina corrida de rua e de montanha, ciclismo, vôlei sentado e atletismo. “Vim aqui para incentivá-lo e mostrar que dá para continuar com o sonho de ser atleta”, falou. Rodrigo Mitraud, presidente da AMDA, também conversou com os pais do menino.

“A agente apoia as pessoas nessa situação e ajuda a inserir no processo de cidadania no esporte. Dá para continuar tendo o sonho de ser atleta, eles não são limitados”, disse. Mitraud acredita que, em aproximadamente seis meses, Gabriel poderá começar a treinar com bola.

Atletas paralímpicos visitaram os pais do menino que teve a perna amputada. Rosimeire Alves/Divulgação

Fonte: Hoje em Dia