Igarapé se transforma em palco para celebrar culinária de raiz durante os quatro dias do festival

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Igarapé Sabor 2019 confirma referência de festival de culinária regional do país. Durante quatro dias intensos de comida gostosa, música boa e confraternização em ambiente  aconchegante e familiar, estima-se que aproximadamente 45 mil pessoas tenham passado pela Praça Miguel Henriques da Silva (Matriz) – o principal espaço público da cidade.

A terceira edição da maior festa popular do município e região, realizada entre 11 e 14/7, atraiu visitantes de toda grande BH e de vários  estados brasileiros,  como Maranhão, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo, dentre outros. Transformou o cenário da cidade, que fica a 45 km da capital, movimentando os setores do comércio, agricultura  e a rede hoteleira.

O evento foi destaque também na mídia, sendo manchete em emissoras de rádio, TV, jornais impressos, blogs e sites de notícias. Nas redes sociais, esteve no topo com milhares de curtidas  e de seguidores, antes, durante e depois do festival.  

Realizado pela Prefeitura e pela Associação das Mestras da Culinária de Igarapé (Asmeci), o evento é  executado  por meio  da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Em  2019 não foram investidos recursos da Administração Municipal na realização do festival, devido aos aportes dos patrocinadores, fato que foi muito comemorado pelo prefeito Carlos Alberto da Silva (Nem) e pela secretária municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Valdirene Braga.

“É  com muita alegria que podemos comemorar o sucesso de mais um Igarapé Sabor. Sua credibilidade levou diversas empresas a agregarem sua marca ao festival, contribuindo para concretização do evento”, destacou o prefeito no encerramento. Ele  lembrou que em 2017, foi preciso vontade e coragem para realizar a festa. “Mas eu sabia que chegaríamos neste dia: um festival consolidado e autossustentável financeiramente, pois sempre acreditei no potencial do Igarapé Sabor e no talento das mestras”.

Ao parabenizar as mestras e quitandeiras pelo sucesso de mais um Igarapé Sabor, a secretária de Cultura lembrou que sem a grandeza do trabalho e os saberes culinários que elas procuram preservar com tanto carinho, não existiria festival com tamanha magnitude.

A presidente da Asmeci, Maria Ubalda Alves de Oliveira, ao final do evento, agradeceu o apoio recebido pela Prefeitura. “Não tenho palavras para agradecer. Mais uma edição de sucesso. A cada ano, a gente se supera. Mesmo sendo um festival que preserva  tradições e costumes da culinária de nossas avós,  buscamos sempre inovar, o que acaba surpreendendo os visitantes. Hoje, o sentimento é um só: de gratidão”, declarou a presidente da Asmeci.

Cardápio

As principais estrelas da festa brilharam mais do que nunca, sempre a postos para servir suas delícias e agradar o paladar do público presente. No cardápio, além do amor ao ofício, estavam listados os pratos  que fazem parte da história de vida delas, cujas  receitas encontram-se no livro  do “Festival Igarapé Sabor 2019 – Mestras e seus Temperos” – outro grande atrativo do evento.  

Dessa forma, na  Alameda das Mestras, o público pode se deleitar com receitas á base de ingredientes que remetem a hortas e quintais, cheios de memória afetiva, como galinha caipira, umbigo de banana, barriga de porco, almôndegas, angu, quiabo, lombo recheado, farofas coloridas; além de geleias e licores  feitos com frutas colhidas no pomar de casa.

A empresária  Carol Bernardes, 27 anos, de Itaúna, ficou sabendo do festival pelo Instagram. Junto com uma turma de amigos, ela aprovou a festa em todos os quesitos e garantiu que em 2020 estará de volta. “Estamos adorando tudo: a música, o ambiente, a comida, então, nem se fala. Eu já experimentei quatro pratos e, agora, vou partir para os doces”, disse a jovem, enquanto dançava durante o show“Juntas” com  Guida e Mirah, em frente ao Palco Artístico, na tarde de sábado.

Quitandas

As quitandeiras do festival também transferiram seus tachos, fornos de barros gigantes e até mesmo um fogão a lenha para a praça durante os quatro dias do Igarapé Sabor.  Assim, puderam garantir aos visitantes o prazer de saborear biscoitos, roscas, broas e bolos quentinhos, delícias feitas ao vivo, sob os olhos do público.

A vendedora Rejane Almeida, 41 anos, por exemplo, não abriu mão de tomar o café da manhã no Espaço das Quitandas, com sete colegas de trabalho, no sábado, antes de pegar serviço em uma loja da cidade.

“Está tudo uma delícia, inclusive este solzinho nas costas”, disse a vendedora, que aproveitou para se aquecer do frio da manhã enquanto  saboreava uma fatia de queijo e um pedaço de broa de milho, acompanhados  de leite “queimadinho”.  

Culinária Infantil

O Palco Gourmet foi outro grande destaque que atraiu os olhares e o apetite  dos visitantes. Nos quatro dias de programação, chefs convidados e chefs renomados que coordenam o festival, como Renato Lobato e Leonardo Simim,  promoveram workshops e deram dicas culinárias aos apreciadores da arte de cozinhar.

A Oficina de Culinária Infantil, denominada “Saborzinho”, que ocorre  nas manhãs de domingo, também é sempre um show à parte no festival e  este ano não foi diferente. Mais de 80 crianças se divertiram ao por – literalmente – as mãos na massa da receita de coxinha feita com leite ninho, recheada com morango. As irmãs  Valentina, 4 anos,  e Alice Antunes, 6 anos, adoraram mexer a massa “grudenta” e também o sabor da “coxinha doce”.

Os pais, Vagner e Mariana consideraram “bacana demais e diferente a oficina, pois na maioria das vezes, a orientação é para que as crianças saiam da cozinha”, ao contrário do que ocorre durante o “Saborzinho”.

Livro

O livro do festival contendo as receitas  das mestras e quitandeiras, como sempre, é um dos elementos mais desejados  do Igarapé Sabor. Este ano, a capa trouxe o urucum, condimento usado em todos os pratos servidos na Alameda das Mestras.

Os visitantes, ansiosos por um exemplar, enfrentaram filas, com prazer, só para levar o livro para casa, como revelou a professora da Contagem, Sueli Diniz Gomes. “Amo cozinhar. Há três  anos venho ao festival e não me incomodo nem um pouco de esperar pelo horário de distribuição do livro”.  

Palco Artístico 

O Igarapé Sabor não se limita ao universo das panelas. A secretária Valdirene Braga lembra que além de valorizar riqueza da cozinha mineira de raiz, a festa é uma oportunidade para mostrar ao público o talento dos artistas locais  e da região. Por isso, durante o festival,  doze cantores, duplas e bandas musicais se revezaram no palco artístico para fazer a alegria dos visitantes.