Ligado ao partido Democracia Cristã, o vereador Caio Campos é um dos nomes mais citados pelos moradores como uma opção para a Prefeitura de Igarapé em 2020. Caio Campos é conhecido por atuar solitariamente. Tem opiniões peculiares e muito contrárias em relação aos outros representantes do legislativo municipal. Por outro lado, tem se tornado cada vez mais popular, sobretudo nas redes sociais.
O vereador e advogado conta
que sempre se interessou por política, e que depois de atuar no setor privado,
aos 19 anos, tomou posse em um cargo do Estado, após aprovação em um concurso
público. De acordo com ele é preciso que cada vez mais novas pessoas se
envolvam com a política, pois só assim a “velha política” não terá o controle
de Igarapé, do Estado e do país.
Entrevista do vereador Caio Campos ao Real Publicação
RP: Educação, saúde,
segurança pública, assistência social e transporte. Para você, qual destes
setores, atualmente, merece maior atenção em Igarapé?
Caio Campos:
Educação. Quando se fala de aumentar a atenção, eu considero que se esta
falando de definição de prioridades. Não é possível priorizar tudo, porque
logicamente, quando se defende a priorização de tudo, na prática não se está
priorizando nada. É necessário estabelecer prioridades reais e, na minha
opinião, a prioridade deve ser sempre na Educação. Ela é o caminho para que
nossa comunidade possa se desenvolver e gerar aumento da qualidade de vida para
todos, reduzindo as desigualdades e injustiça social. Proporciona que as
pessoas possam se esforçar para alcançar oportunidades melhores.
RP: Em relação à situação econômica do município, você
acredita que o potencial total de Igarapé está sendo explorado?
Caio Campos:
Não. Há muito potencial para atrairmos empresas. Igarapé está contida na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, um mercado consumidor de 6 milhões de
habitantes; ainda, é cortada pela BR-381, uma das principais rodovias do
Brasil, que liga Belo Horizonte a São Paulo. Além disso, a BR-262 está a
poucos minutos de nós. Além de todo o potencial logístico, é importante lembrar
que o Poder Público municipal conta com muitas áreas. Fiz alguns cálculos sobre
as áreas que pertencem à Prefeitura de Igarapé e somam quase 70 hectares se
estivesse concentradas em uma única área hipoteticamente. O potencial para um
parque industrial é muito grande. Além disso, temos uma vocação relacionada ao
turismo não apenas devido à ideia do Parque Ecológico da Pedra Grande, mas
também a proximidade com o Museu Internacional do INHOTIM. Vem pessoas do mundo
todo visitar o Inhotim. Quantas ficam hospedadas em Igarapé? Há potencial para
crescimento e aumento de renda para os cidadãos. Deveríamos estimular mais
feiras de artesanato, gastronomia, agricultura familiar, encontros e seminários
de esporte e turismo em Igarapé, o que pode gerar mais renda e aumentar a circulação
de riquezas.
RP: Você sempre defende o formato de processos seletivos para a ocupação de qualquer vaga em
cargos públicos. Você acha que este método deveria ser mais utilizado na atual
gestão e mesmo na próxima?
Caios Campos: Com certeza. Eu sou filho de professora e caminhoneiro. As oportunidades que tive consegui porque estudei muito e fui aprovado em concursos públicos. Se eu dependesse de amizade com político, não teria tido nenhuma chance. Ninguém aguenta mais a cultura da peixada e os favores políticos que tiverem muito espaço em nosso Brasil. As pessoas precisam ter chances de disputar as oportunidades. Administração Pública deve ser acessível ao povo. Isso precisa melhorar e muito também em Igarapé.
RP: Por que você considera importante a redução do número de
vereadores na Câmara Municipal de Igarapé?
Caio Campos: É
uma questão de possibilidade e necessidade. Na minha opinião, não é necessário
haver 13 vereadores em Igarapé. A Constituição possibilita que o mínimo seja de
09 para cada cidade e entendo que essa quantidade é suficiente para Igarapé.
Não
estamos falando de uma economia a qualquer custo. Estamos falando de um
potencial de economia que não vai prejudicar o Poder Legislativo e que poderá
implicar maior devolução de recursos da Câmara para a Prefeitura.
Afirmo
isso com base em tudo que vi desde que tomei posse. O Poder Legislativo de
Igarapé consegue funcionar bem com menos vereadores e a economia potencial é
significativa para a realidade do município, sem sacrificar o Poder Legislativo.
Nesse
debate, o que mais me surpreende é a tentativa de desviar o assunto por parte
de quem é contra. Observem que normalmente tentam debater a ideia criticando
quem defende a ideia, mas não debatem a ideia em si. Seria como perguntar para
alguém o que ele acha da teoria evolucionista de Darwin e a pessoa falar que a ideia
não é boa porque o Darwin era alto, ou careca ou baixo ou cabeludo. Isso se
chama falácia. É preciso debater as ideias. Apenas ideias podem superar ideias.
É importante a população estar atenta e quem tenta desviar o foco e criando
fakenews. Aproveito para deixar alguns dados para reflexão, porque é muito
importante formar opinião com base em números evidências, e não em palpites.
Igarapé
tem, de acordo com o IBGE, 40.468 habitantes e conta com 13 vereadores;
Andradas tem 40.407 e conta com 09 vereadores. Monte Carmelo tem 48.096 e conta
com 09 vereadores; Bom Despacho, 49.650 habitantes e tem 09 vereadores. Lagoa
da Prata e Esmeraldas têm 5.879 e 68.133 habitantes, respectivamente, e ambas
contam com 11 vereadores; Formiga e São Sebastião do Paraíso têm 68.236 e
70.066 habitantes e 10 vereadores. Três Corações conta com 78.474 habitantes e
têm 10 vereadores. Isso é, não é uma invenção a idéia de redução do número de
vereadores. É uma realidade em muitas cidades e isso não prejudica a qualidade
do Poder Legislativo.
Outro
argumento interessante é que dizem que o dinheiro se for economizado não fará
diferença na vida da população. É outra falácia, porque temos que trabalhar com
fatos e números e tenho alguns números interessantes: Em 2010, a Câmara
Municipal de Igarapé tinha direito a R$1.656.520,45, economizou e devolveu
R$22.430,62 para a prefeitura; em 2011, a Câmara teve R$1.491.906,48,
economizou e devolveu R$ 196.241,78; em 2012, recebeu R$2.225.839,90,
economizou e a devolução foi de R$218.104,94; em 2013, recebeu R$2.700.000,00,
economizou e devolveu R$693.195,66; em 2014, recebeu R$3.204.000,00, economizou
e devolveu R$ 1.068.441,17; em 2015, recebeu R$3.604.000,00, economizou e devolveu
R$1.197.219,20; em 2016, recebeu R$3.711.000,00, economizou e devolveu R$
710.965,63; em 2017, recebeu R$3.748.000,00, economizou e devolveu R$
1.020.000,00. Em 2018, recebeu R$4.003.750,00, economizou e devolveu R$
1.093.579,54.
Esse
dinheiro, quando é devolvido para a prefeitura ele pode ser utilizado para
ajudar a custear as diversas despesas da prefeitura. Muitas obras foram
viabilizadas graças a esse apoio da Câmara. Assim como muitas consultas
médicas. Se hoje não está tão bom, imaginem se não houvesse esse apoio por
parte da Câmara?! Não se trata de uma obrigação, mas de uma possibilidade a
antecipação de devoluções; porém se chegar saldo no último dia do ano na conta
da Câmara, esse valor deve ser devolvido obrigatoriamente para prefeitura.
Existem
alguns outros equívocos nas falas de algumas pessoas que são contra, tentando
confundir quem está mais desatento, e é muito importante estar atento a elas,
mas deixo um exemplo: imagine que na sua casa tenha uma geladeira antiga que
consuma muita energia. Com muito esforço, você troca a geladeira ineficiente
por outra mais eficiente. Você pode usar a economia na conta de luz para pagar
outras despesas. Estão dizendo que não é boa idéia.
Ainda,
criticam o porquê de o projeto não ter sido protocolado antes e a resposta é
simples, embora desde o início de 2017 eu tenha tentado conseguir apoio para
aprovar o projeto, eu não consegui apoio declarado da quantidade necessário em
2017 e nem em 2018 e se não for votado em 2019 não poderá ser votado em 2020,
conforme entendimento da corrente majoritária do Direito. Sendo assim,
considerando que a Lei Orgânica de Igarapé determina que mudanças de número de
vereadores seja por lei complementar e que para apresentar lei complementar
basta uma única assinatura, assim foi feito. Embora tenhamos tido dificuldade
na tramitação do nosso projeto, a comunidade constatou que se uma lei
complementar não poderia servir para reduzir o número de vereadores, também não
pode ter validade a Lei Complementar que aumentou de 09 para 13 no passado. É
justamente por isso que existe o esforço por parte de alguns vereadores para
fixar na Lei Orgânica o número de 13. Devemos seguir atentos em nome de toda a
cidade de Igarapé!
RP: Nas redes sociais, e mesmo
em meio à população, você é visto como um dos vereadores mais atuantes. Você
acredita que este é um fator responsável por você ser um dos nomes citados à
prefeitura em 2020?
Caio Campos: Eu agradeço muito à população pela lembrança. Eu tenho a convicção que um representante do povo precisa estar acessível e dar a cara para bater. Meu telefone particular é divulgado nas redes sociais e faço questão de responder a todos que me procuram. A população se sente respeitada quando o representante está acessível. Acho que meu comprometimento em buscar respostas e em dizer a verdade, mesmo que nem sempre agrade a todos, cria uma relação de confiança e a população não quer quem conte histórias bonitinhas, a população quer a verdade, comprometimento, seriedade e disposição para trabalhar. Ninguém aguenta a velha política.
RP: A sua candidatura é
possível à Prefeitura de Igarapé em 2020?
Caio Campos: Se for da vontade de Deus e da população, meu nome está à disposição da comunidade. Tenho concentrado minha atenção nas atividades relacionadas ao exercício do mandato de vereador. Igarapé é uma cidade que amamos e que tem um potencial enorme de melhorias que podem refletir no aumento da qualidade de vida da população!