Em período de isolamento social e com menos de um mês de campanha de prevenção, a Guarda Municipal de Betim já apreendeu 250 carretéis de linhas cortantes. Todo o material foi incinerado pela corporação. Foram abordadas, até agora, 423 pessoas, sendo a maioria crianças e adolescentes.
O resultado das ações, segundo o comandante Anderson Reis, é preocupante, principalmente neste período em que as pessoas devem ficar em casa, como medida para evitar a propagação da Covid-19. “Ainda não chegamos a um mês de campanha, mas infelizmente o número de apreensões é significativo. O material recolhido representa quase 60% do total das abordagens, o que para nós é uma preocupação, destaca.
O comandante lembra que, em 2019, foram registrados dois acidentes causados pelo uso de linhas cortantes no município. Entre eles, destaca o acidente gravíssimo ocorrido com o garoto Gabriel Lucas Alves, o Feijão, na época com 15 anos, que ficou preso a uma linha chilena quando andava na rua, o que lhe custou a amputação de uma perna.
“Pedimos a conscientização de cada pessoa, pois este é um ato
criminoso, que coloca vidas em risco”, ressalta o comandante. A Guarda
Municipal continuará, por toda Betim, com as rondas e fiscalizações quanto ao
uso criminoso destas linhas. A campanha para coibir o uso criminoso de cerol e
linha chilena nas brincadeiras com pipas e papagaios começou em 28 de maio.
Crime
A Lei Municipal nº 6.252/2017 proíbe a
utilização de linhas cortantes – feitas com qualquer tipo de produto – nos espaços
públicos e privados de Betim. A proibição estende-se também para momentos de
recreação, campeonatos ou lazer. São considerados espaços públicos praças,
jardins, ruas, calçadas, avenidas, alamedas, vielas, becos, parques, cemitérios
e campos de futebol.
Desligamentos de
energia
As linhas cortantes também prejudicam o fornecimento de
energia nas residências. De acordo com a Cemig, apenas nos quatro primeiros
meses deste ano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram
registrados 170 desligamentos provocados por pipas na rede elétrica, que
prejudicaram cerca de 52 mil pessoas. Segundo a companhia, muitos curtos
circuitos são provocados pela tentativa de retirada de papagaios presos aos
cabos.