O ex-delegado Marco Túlio Fadel foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão na última quarta-feira,22/03, por assassinar Lucas Fernandes de Oliveira e por atirar contra Felipe Dias Oliveira em 2017 na região de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os dois irmãos estavam no carro que foi perseguido pelo acusado, que disparou contra os ocupantes do veículo.
O julgamento ocorreu no Fórum Lafayette, na capital mineira, onde a denúncia foi apresentada. De acordo com as informações apresentadas, o ex-delegado estava em sua caminhonete, entrando no sítio onde morava, quando perseguiu o veículo onde estavam Lucas e Felipe, e disparou contra eles.
A defesa do ex-delegado alegou que ele agiu em legítima defesa, mas o júri não acatou a tese e o condenou por assassinato e tentativa de homicídio. Os irmãos estavam desarmados no momento do ataque. Felipe Dias Oliveira, que sobreviveu ao ataque, prestou depoimento no julgamento e afirmou que o ex-delegado o conhecia e já tinha frequentado o sítio. O caso chocou a região de São Joaquim de Bicas e ganhou grande repercussão na mídia.
Com a condenação, o ex-delegado deverá cumprir pena em regime fechado.
Outros crimes
Em maio de 2004, Fadel pegou 17 anos e quatro meses de reclusão pela tortura de cinco presos e por falsidade ideológica. Ele ficou preso por um período no Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), na época localizado na avenida Afonso Pena, no centro de Belo Horizonte. Em 2007, ele teve a pena reduzida para 12 anos.
A Polícia Federal (PF) grampeou várias ligações telefônicas feitas por Fadel de dentro da prisão, comprovando abusos de poder e tráfico de influências. Algumas das ligações foram para um ex-professor dele, na época corregedor de Justiça do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Nas gravações, o magistrado orienta o ex-aluno em como se defender.
Em 15 anos como delegado, Fadel respondeu por 35 processos administrativos na Corregedoria da Polícia Civil, por abuso de autoridade, ameaças, torturas e tentativas de homicídio. Além disso, respondeu por sete processos nas comarcas de Santa Bárbara, quatro em Igarapé e 11 em Betim, pelos mesmos crimes. Ele também chegou a ser condenado por ameaçar vítimas, em 2008, a quatro anos em regime semi-aberto.
Informações Itatiaia e Otempo