Abandono de cães preocupa moradores de Igarapé

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Número de animais em situação de rua aumentou nos últimos meses. Foto: Divulgação

Moradores do Vivendas Santa Mônica II, em Igarapé, estão preocupados com os casos incidentes de abandonos de cães no bairro, principalmente de fêmeas. Somente na última semana, três cadelas foram abandonadas na região.

Segundo Kátia Regina, moradora do bairro, a vizinhança tem costume de dar água e alimento para esses cães, para que eles pelo menos não fiquem nas ruas com fome e sede. “O grupo de moradores já fez “vaquinha”, castrou e conseguiu adoção, mas não é fácil, ainda mais no momento de pandemia que estamos vivendo”, destaca.

Infelizmente a preocupação não é apenas no bairro Vivendas Santa Mônica. A representante da Associação de Proteção Animal de Igarapé (Aspai), Nayara Helena, informou que nos últimos meses houve aumento de abandonos em Igarapé. “Encontramos muitos “novos animais” vagando pela cidade, no próprio centro da cidade, e em bairros como Canarinho, Novo Igarapé, Resplendor, Ipanema, dentre outros”.

Problema de saúde pública

Em março deste ano, a Aspai se reuniu com a Prefeitura de Igarapé para tratar das demandas em relação à falta de políticas públicas voltadas para a causa animal. Na oportunidade, foram destacadas questões de zoonoses – doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos – e a necessidade de castração como forma de controle populacional.

Segundo a Aspai, até a data de hoje o município não deu retorno sobre os assuntos abordados.

Nota oficial da prefeitura

“O município conta com castrações semanais através de convênio com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Em casos de abandono, por se tratar de crime ambiental previsto na Lei de crimes ambientais(Lei  9605/98, art. 32) pode ser denunciado nos canais das Policias Militar (190) e Civil (181), com apresentação de provas e realização de boletim de ocorrência. Para o agendamento da castração do animal comunitário poderá ser feito o contato com o Departamento de zoonoses de Igarapé,  pelo telefone 3534-2336.”

Abandono de animais na pandemia

A OMS estima que, somente no Brasil, existem mais de 30 milhões de animais deixados em situação de rua, sendo cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Os dados acendem um alerta diante de uma nova realidade mundial, já que muitos pets têm sido desamparados, em diversos países, devido à pandemia do coronavírus.

É importante informar que cães e gatos não transmitem o Covid-19 para humanos, de acordo com informações da OMS que contrariam notícias falsas (fake news) em circulação. Os tipos de coronavírus que acometem cachorros e felinos, além de não transmissíveis, nada têm a ver com o Covid-19. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, não há evidências de que esses animais possam ser infectados ou transmitir o vírus.