20 vereadores de Uberlândia são presos

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Vinte vereadores de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram presos nesta segunda-feira (16) em duas operações do Ministério Público de Minas Gerais contra irregularidades na câmara municipal da cidade.

Dezenove vereadores foram presos na ação principal, batizada de Má Impressão, que apura desvio de verbas de gabinete por meio de serviços de impressão. O vigésimo foi alvo da Operação Guardião, que investiga fraude num contrato de vigilantes da Câmara.

A polícia ainda tenta cumprir mandado de prisão contra um 21º vereador, Vilmar Resende (PSB), alvo da Má Impressão que não havia sido detido até as 13h.

Desses 21 vereadores, 19 estão em exercício e 2, afastados – a Câmara de Uberlândia tem 27 cadeiras e 30 vereadores (27 em exercício e 3 afastados).

O presidente da Câmara, Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB), é alvo das duas operações. Sua defesa informou que ainda está tomando ciência do caso.

Uso de notas fiscais frias de gráficas

A operação Má Impressão investiga desvio de recursos da verba indenizatória de gabinete da Casa por meio de uso de notas fiscais frias de gráficas, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MG.

“Tivemos nesses últimos três anos 17,5 milhões de informativos impressos por esses vereadores, que corresponde a 35 informativos por eleitor. Obviamente esse número é irreal, se fizer pesquisa percebemos que muitas pessoas nas ruas não receberam informativos”, disse o promotor de Justiça Daniel Marotta Martinez.

Ainda segundo o promotor, durante a operação “O Poderoso Chefão”, o dono de uma gráfica afirmou ter uma empresa de fachada utilizada para desvio de verbas indenizatórias. Com base nestas informações, o Gaeco começou a verificar quais outras gráficas eram utilizadas pelos parlamentares já presos.

“De janeiro de 2017 a dezembro de 2019 os vereadores gastaram mais de R$ 4 milhões em serviços de impressões. Constatamos que essas gráficas não tinham capacidade de prestar esse tipo de serviço que estão nas notas. Não se compravam insumos usados. Algumas funcionam, sim, regularmente, mas não compravam material suficiente dos descritos nas notas fiscais. As notas são rigorosamente do mesmo valor para vereadores diferentes”, explicou.

Fraude em contrato de vigilância

A Operação Guardião investiga fraude na execução no contrato de vigilantes firmado pela câmara municipal.

“São duas operações distintas. Já tínhamos solicitado documentação, apreendemos farta documentação e, com base nesses documentos e provas, comprovamos fraude na execução do contrato com funcionários fantasmas”, afirmou o promotor e coordenador do Gaeco, Daniel Marotta.

Veja o nome dos vereadores alvos de mandados de prisão

  • Alexandre Nogueira (PSD) – Vereador afastado, e alvo das duas operações
  • Ceará (PSC)
  • Doca Mastroiano (PL)
  • Dra. Flavia Carvalho (PDT)
  • Dra. Jussara (PSB)
  • Felipe Felps (PSB)
  • Hélio Ferraz, Baiano (PSDB) – Presidente da Câmara, e alvo das duas operações
  • Isac Cruz (Republicanos)
  • Juliano Modesto (SD) – Vereador afastado, e alvo das duas operações
  • Marcelo Cunha (sem partido) – Preso na Operação Guardião
  • Marcio Nobre (PSD)
  • Pâmela Volp (PP)
  • Paulo César PC (SD)
  • Ricardo Santos (PP)
  • Rodi (PL)
  • Roger Dantas (Patriota)
  • Ronaldo Alves (PSC)
  • Silésio Miranda (PT)
  • Vico (Sem Partido)
  • Vilmar Resende (PSB)
  • Wender Marques (PSB)

Fonte: G1