Moradores de Itatiaiuçu protestam contra mineradora

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Foto: Danilo Girundi/TV Globo

Moradores do bairro Pinheiros, do Povoado de Vieiras e do Condomínio Lagoa das Flores, em Itatiaiuçu, fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (28).

No dia 8 de fevereiro, as famílias foram retiradas de casas por causa do risco de rompimento da barragem. Eles caminharam da porta Igreja Nossa Aparecida até o posto de bloqueio da área de autossalvamento. Os manifestantes estavam com faixas e bandeiras pedindo justiça.

A moradora do bairro Chacreamento Martha Rezende Cardozo, que é uma das líderes do movimento, entregou um documento a um representante a ArcelorMittal. Dentre as reclamações, a população disse que tem dificuldades para se locomover dentro da comunidade.

Eles alegam que para chegar em casa passam por caminhos que poderiam ser atingidos pela lama, caso a barragem se rompa. Por essa razão, eles não se sentem seguros. Eles não estão dentro da área de autossalvamento, mas moram pouco mais de um quilômetro da barragem Serra Azul.

Segundo a AcerlorMittal, até o momento, 131 pessoas de 37 famílias já se mudaram para as novas casas alugadas pela empresa. Ainda serão transferidas 19 pessoas, 12 que estão em um hotel, em Itaúna, e outras sete optaram por ficar nas casas de parentes e amigos. No total, 196 pessoas foram retiradas do distrito de Pinheiros.

Representantes dos moradores, da mineradora, do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Defesa Civil Estadual se reuniram para tentar resolver o impasse. Aproximadamente 80 pessoas participaram do encontro.

Foto: Danilo Girundi/TV Globo

O que diz a ArcelorMittal

Em nota, a ArcelorMittal informou que participou da reunião e que o encontro teve o objetivo de discutir os desdobramentos da evacuação dos moradores no dia 8 de fevereiro. É importante destacar que toda a comunidade localizada na zona de autossalvamento foi realojada e a empresa tem prestado toda assistência necessária.

Ainda segundo o comunicado, todos os impactados na área de autossalvamento estão contemplados pelo Termo de Acordo Preliminar (TAP), firmado no dia 21 de fevereiro entre a ArcelorMittal, os moradores atingidos pela evacuação e representantes dos ministérios públicos Federal e Estadual.

O TAP prevê abono para cada núcleo familiar, pagamento mensal emergencial, além da transferência dos moradores para casas alugadas pela ArcelorMittal. Já foram transferidas para casas temporárias 131 pessoas de 37 famílias. As últimas 19 pessoas ainda serão realojadas em novas casas. Conforme previsto pelo TAP, será contratada assessoria técnica independente que irá representar as famílias na negociação das indenizações individuais.

A ArcelorMittal disse ainda que, após entendimentos com a Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, a empresa concluiu no início de março o acesso alternativo e seguro à região de Lagoa das Flores. Equipe particular contratada pela empresa tem realizado o controle de tráfego no acesso principal – parcialmente situado dentro da área de risco – 24 horas por dia, para garantir a segurança no trânsito dos moradores da região. A ArcelorMittal tem feito também a vigilância da área.

Por fim, a empresa falou que respeita todas as manifestações pacíficas e reitera que permanece aberta ao diálogo.

Fonte: G1