Betim tem queda de 50% no índice de crimes violentos

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O último balanço feito pela Secretaria Adjunta de Segurança Pública apontou redução de 50% no índice de crimes violentos em Betim. O período analisado pelo Observatório da Segurança Pública observou o mês de novembro dos últimos três anos, por meio dos registros de ocorrências diárias da polícia Civil e Militar e dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Os crimes violentos incluem homicídio consumado e tentado, roubo a mão armada, sequestro e cárcere privado e estupro.

Em números, a queda dos índices aponta que em 2016 o total de crimes violentos no fim do ano foi de 643 e, em 2018, de 320. Em destaque na constatação de quedas está o crime de roubo a mão armada (assalto), que em 2016 era de 601 e caiu para 299 em 2018. Os homicídios consumados caíram de 18 para 04.

Para o secretário municipal de Segurança Pública, coronel Julio Cesar de Paula, os resultados positivos devem-se a uma parceria ente investimentos municipais e estaduais que passaram a priorizar o combate à criminalidade em diversas áreas. “Por muito tempo Betim ficou sem investimentos na área de segurança pública, porque o Estado achava que não precisava investir aqui por se tratar de uma cidade rica. Essa deficiência durante anos transformou o município em um dos mais violentos do Estado e com a característica de ser um local com muitos assassinatos. Conseguimos transformar isso atuando em várias frentes de segurança encampadas pela prefeitura e formando parcerias para atrair investimentos, e esse é o resultado”, afirmou.   

Para Gustavo Pedro de Sousa Freitas, 23 anos, morador do bairro Itacolomi, os resultados da segurança pública são positivos. “Estava conversado sobre isso com alguns colegas esses dias. E realmente percebi que a criminalidade diminuiu. Eu nunca tinha visto antes tantos policiais no bairro, fazendo patrulha e com as bases móveis. Está bem diferente de um ano e meio atrás. Em questão do transporte público, vejo que aqueles corriqueiros boatos de assalto diminuíram, em relação aos roubos de carros e motos. O sistema de segurança da cidade voltou a funcionar”.

Investimento na Guarda Municipal

A corporação formada pelos agentes municipais de segurança pública recebeu investimentos e melhorias que também podem ser apontadas como responsáveis na queda dos números da criminalidade em Betim. De acordo com a Secretaria Adjunta de Segurança Pública, os destaques ficam com o pagamento de abono fardamento, anual, para todos os guardas municipais; a aquisição de 60 pistolas calibre 380, que permitirá que os guardas patrulhem armados e com mais segurança; a compra de kits de distúrbio civil, contendo escudo, capacete e munição não letal, em face de movimentos hostis, que violem gravemente à ordem pública; a contratação de uma psicóloga e um instrutor credenciado pela Polícia Federal, em caráter exclusivo, para preparar os guardas municipais para utilização da arma de fogo; a chegada de nove viaturas do tipo SUV, que permitirá a revitalização da frota da corporação; o incentivo à criação do projeto Guarda Jovem do Bem, em parceria com o Salão do Encontro, que prevê aulas em tempo integral para alunos previamente selecionados, dentre outras ações e a realização do 1º Fórum Municipal de Segurança Pública, quando o cenário e as ações preventivas foram amplamente apresentados.

Mais redução com os programas de prevenção à criminalidade

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgou que em Betim houve a redução de 27,5% na morte de jovens de 12 a 24 anos nas áreas de atuação dos programas Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, na comparação de janeiro a outubro de 2017 com 2018. A faixa de redução de mortes coincide com a atendida pelo Fica Vivo!.

“Betim apresentou, historicamente, taxas elevadas de homicídios dolosos. Nesse momento, é importante apresentar à sociedade o impacto positivo que os programas de prevenção à criminalidade do Estado alcançaram no município, especialmente a redução dos homicídios nos territórios mais violentos”, ressaltou a subsecretária de Prevenção Social à Criminalidade, Andreza Rafaela Abreu Gomes.

De acordo com a Sesp, Betim é o segundo município com maior número de Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC) em Minas, quatro ao todo, além de um Centro de Alternativas Penais e Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (Capie). Para a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, isso ocorre porque a política é construída por meio do diálogo com os moradores dos territórios de atuação. “É uma política voltada para o público e construída com o público. Esse é o grande ganho da prevenção em Minas”, destaca Andreza.

 Entenda os programas

O Fica Vivo! tem como objetivo controlar e prevenir a ocorrência de homicídios em áreas com altos índices de criminalidade violenta no Estado, melhorando a qualidade de vida da população. Realiza atendimento psicossocial e encaminhamento para a rede de serviços públicos, além de oferecer cerca de 40 oficinas de esportes, arte e cultura. Em Betim, o programa atende uma média de 1.100 jovens por mês, na faixa etária de 12 a 24 anos.

Também presente em Betim, o Mediação de Conflitos atende uma média de 1.400 pessoas por mês e promove resolução pacífica de conflitos sociais. Por meio do programa, brigas entre vizinhos, pais, filhos, cônjuges e demais questões familiares são solucionadas com diálogo, sem o uso da violência.

Além do Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, a Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade desenvolve em Betim os programas Ceapa e PrEsp. O PrEsp trabalha com o intuito de favorecer o acesso a direitos e promover condições de inclusão social de egressos do sistema prisional, minimizando as vulnerabilidades relacionadas aos processos de criminalização e agravadas pelo aprisionamento. Em 2018, de janeiro a outubro, o PrEsp realizou, em Betim, mais de 700 atendimentos a egressos e teve 263 novos inscritos trabalhando uma nova trajetória de vida.

Já a Ceapa trabalha com a responsabilização de pessoas que cometeram pequenos delitos e busca o fortalecimento e consolidação das alternativas à prisão no Estado. De janeiro a outubro desse ano, o programa realizou 1.110 atendimentos e aproximadamente 320 encaminhamentos para cumprimento de alternativas penais.

Fonte: Prefeitura de Betim 

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Foto: Prefeitura de Betim/Anselmo UBL

 

 

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