A primavera e o verão, períodos mais quentes do ano, trazem consigo um perigo para os produtores de citros do estado de Minas Gerais: o cancro cítrico.
De fácil e rápida disseminação, a praga traz prejuízos à qualidade da produção e queda prematura dos frutos, além da restrição do comércio para áreas livres da doença.
As áreas do estado mais afetadas são Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Triângulo Mineiro.
Em 2022, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), recebeu notificações sobre a suspeita do cancro cítrico nas cidades de Dona Euzébia e Astolfo Dutra, na Zona da Mata. Essas cidades não produzem citros, mas são produtoras de mudas e de lá saíram plantas infectadas com a bactéria causadora da doença.
Naquela época, o IMA visitou todos os viveiros de mudas da região e foram erradicadas cerca de 1 milhão de plantas infectadas. Essas propriedades foram interditadas por mais de 180 dias, conforme a legislação vigente. Apesar da medida drástica, a ação foi necessária, pois os focos poderiam se espalhar rapidamente pelas produções do estado.
O trabalho rendeu frutos, pois em 2023 somente duas propriedades continuavam com a doença, porém de forma controlada.
“Estamos constantemente fazendo apelos aos produtores para que façam vistorias regulares em suas propriedades para se certificarem que estão livres da doença e, se notarem algum indício, que comuniquem ao IMA”, conta Leonardo do Carmo, engenheiro agrônomo e chefe da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA.
Segundo o engenheiro agrônomo, ignorar os riscos e deixar de notificar o IMA em caso de suspeita da doença não é uma boa ideia, pois quanto mais rápido o produtor agir, menos prejuízo terá. “Se a doença for descoberta no início, há chances de salvar a produção”, afirma Leonardo.