Campanha Setembro Verde busca conscientizar população sobre doação de órgãos

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A Rede Fhemig realizou, ação em prol da doação de órgãos. Foto: Fábio Marchetto

“Sim”. Três letras que podem salvar diversas vidas. A campanha Setembro Verde, de conscientização sobre a doação de órgãos, incentiva a realização de inúmeras ações neste mês, cujo objetivo é único: que esta pequena palavra seja dita por mais famílias de possíveis doadores. O MG Transplantes, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), participa ativamente da campanha todos os anos e, atualmente, está promovendo várias iniciativas para incentivar mais doações e menos recusas de familiares.
O número de transplantes em Minas Gerais vem aumentando – foram 1.573 procedimentos efetivados em 2020, 1.733 em 2021 e 2.003 em 2022 -, o que revela a retomada das doações com a estabilidade dos casos da covid-19 no país.

Porém, as estatísticas permanecem distantes do necessário para atender à demanda de transplantes no estado. A média de recusa para a doação de órgãos também cresceu: está em torno de 45%, sendo que, em 2019 (antes da pandemia) chegou a 25%.

Para a doação ocorrer, apenas a resposta positiva dos familiares é necessária – não é preciso deixar nenhum registro sobre esse desejo em vida. A lista de espera por órgãos e tecidos para transplantes em Minas somava, até julho deste ano, 5.949 pessoas.

Informação 

De acordo com o coordenador do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, um dos principais motivos para a alta recusa de doações é a falta de informação. “As campanhas são de extrema importância, pois o grande público pode entender mais sobre o que é a morte encefálica, por exemplo. Isso ajuda para que, caso a pessoa tenha um familiar que seja um potencial doador de órgãos, simplifique a comunicação do diagnóstico a ela e, consequentemente, a tomada de decisão”.

Omar ressalta também a falta de diálogo sobre o assunto dentro da sociedade. “As pessoas precisam conversar mais, principalmente dentro de casa, e expor suas ideias a respeito da doação de órgãos. Levar informação à população faz com que o público dialogue mais”, opina.

Omar ainda destaca a necessidade de melhora dos índices de notificação de possíveis doadores nas unidades de saúde. “O diagnóstico de morte encefálica demanda muitos profissionais e exames complementares que não estão disponíveis em todos os lugares. É preciso que a rede estadual de saúde possa identificar estes pacientes”, completa Omar.

Por isso, em 2023, o MG Transplantes retomou os cursos de diagnóstico de morte encefálica, interrompidos durante a pandemia. Somente este ano foram treinados cerca de 450 médicos pelas equipes da instituição.