No último fim de semana, a Vigilância Sanitária de Juatuba interditou duas clínicas de reabilitação. Segundo informações do município, as supostas unidades de saúde não possuíam prontuários médicos e registros que comprovassem acompanhamento profissional dos pacientes.
As unidades, pertencentes ao Grupo Fênix, funcionavam sem alvará e sem autorização para atuar como instituições terapêuticas.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Gustavo Lopes, não foi encontrado nenhum documento médico ou multidisciplinar que indicasse atendimento especializado.
Uso de remédios sem orientação médica
Além das irregularidades sanitárias, novos relatos reforçam as denúncias de maus-tratos. Uma ex-funcionária, que pediu para não ser identificada, contou que os internos eram obrigados a ingerir diversos medicamentos diariamente sem avaliação médica.
Já um ex-paciente disse que, apesar de ter sido internado para tratamento, era obrigado a realizar serviços de pedreiro, pintura e manutenção sem qualquer remuneração.
No total, 46 pessoas foram resgatadas, a maioria homens com idades entre 18 e 71 anos. Dezoito pacientes permanecem em um abrigo provisório da prefeitura, onde recebem atendimento médico e psicológico, enquanto os demais já foram encaminhados às famílias.
Oito pessoas, entre funcionários e o dono das unidades, foram presas em flagrante e podem responder por sequestro e cárcere privado. A Polícia Civil conduz as investigações.
Em nota, a prefeitura informou que abriu processo administrativo sanitário contra o Grupo Fênix. A empresa foi procurada, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.












