Afetado pelo rompimento da barragem da Vale, bairro de São Joaquim de Bicas sofre com falta de água

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As obras de captação no Rio Paraopeba, em um ponto não atingido pela lama, ainda não estão prontas, e esta é a causa da falta de água. Foto: Divulgação

Moradores do Residencial Fhemig, em São Joaquim de Bicas, reclamam que a Vale não está cumprindo com o prometido e mantendo o abastecimento de água. Segundo a organização não governamental (ONG) da Região do Médio Paraopeba, a situação piorou nos últimos meses. O desabastecimento de água, neste momento de pandemia, também coloca em risco os moradores porque algumas pessoas confirmaram a infecção da Covid-19.

Às margens do rio, o residencial viu a abundância de água para plantação e lazer desaparecer com a lama tóxica que contaminou toda a bacia e deixou a comunidade sem acesso à água de qualidade.

Desde 25 de janeiro de 2019, os moradores do Fhemig são dependentes do fornecimento de água pela mineradora Vale, tanto mineral para beber e preparar alimentos, quanto água destinada à criação de animais, irrigação de plantações e demais usos domésticos.

Sem regularidade definida para fornecimento da água mineral, há muitos relatos de pessoas que passam mal ao beber a água imprópria para consumo humano. Além disso, essa água consumida por animais e usada em plantações, segundo os moradores, apresenta alto índice de cloro e provoca alergias e doenças de pele, após banho.

O que dizem a Copasa e a Vale

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou que acompanha a negociação da Vale com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre uma nova data para a conclusão das obras no Rio Paraopeba, que deviam terminar agora em setembro. Por enquanto, não há data.

A Copasa informou ainda que o abastecimento de água da Região Metropolitana encontra-se normalizado e que os níveis dos reservatórios do Sistema Paraopeba estão com aproximadamente 87% da capacidade

A Vale informou que a situação no Residencial Fhemig está dentro da normalidade e que o abastecimento ocorre todos os dias, de forma regular. A mineradora disse também que o cronograma de obras do novo sistema de captação do Rio Paraopeba foi impactado por fatores externos e está sendo reavaliado.

Reportagem: G1


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