Moradores de São Joaquim de Bicas reclamam de corte no auxílio da Vale

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Moradores reclamam de dificuldades sem o auxílio da Vale durante a pademia. Reprodução/RecordTV Minas
Moradores reclamam de dificuldades sem o auxílio da Vale durante a pademia. Reprodução/RecordTV Minas

Famílias de São Joaquim de Bicas, um dos 34 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, levaram à Defensoria Pública uma reclamação de que a mineradora Vale teria alterado o pagamento do auxílio-emergencial. O benefício é destinado aos afetados, direta e indiretamente, pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019.

Os moradores do bairro Residencial Fhemig, em São Joaquim de Bicas, organizaram nesta semana um protesto contra a empresa, seguindo as orientações de distanciamento entre as pessoas e a utilização de máscaras.

Um dos moradores, o pedreiro Moisés Vieira Nunes disse que a empresa não comunicou sobre os cortes no benefício. “Desde julho do ano passado, minha mulher e meus meninos não recebem [o auxílio]. O meu, depois de janeiro, cortaram pela metade, só estou recebendo R$ 500. Ninguém explica nada, não temos resposta de nada”, diz Moisés Vieira Nunes.

Os valores pagos variam para adultos, adolescentes e crianças conforme o acordo realizado entre a mineradora, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e o Governo de Minas. Mas os moradores alegam que nem tudo está sendo cumprido, já que muitos não estão recebendo ração ou água, que, segundo eles, são de responsabilidade da Vale.

A maioria dos moradores do residencial em São Joaquim de Bicas vive às margens do Rio Paraopeba, que era utilizado para o trabalho. Mas, desde o rompimento da barragem, isso não é mais possível. Com as atividades paralisadas em todo o Estado por causa da pandemia do coronavírus, eles alegam que não têm de onde tirar outra renda.

Resposta

Por meio de nota, a Vale informou que mais de 106 mil pessoas continuam sendo beneficiadas pelo auxílio-emergencial. A empresa disse que, no Residencial Fhemig, o abastecimento de água acontece diariamente, de forma regular, e que foram instaladas caixas d’água e tubulações para garantir o armazenamento e o transporte.

Apesar das reclamações dos moradores, a mineradora garantiu que está realizando diversos investimentos para apoiar o poder público na melhoria da infraestrutura e das condições de vida da população local.

O rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro de 2019, deixou 259 mortos e 11 desaparecidos.

Fonte: R7