Morreu em Belo Horizonte mais uma vítima da síndrome nefroneural, possivelmente provocada por uma intoxicação por dietilenoglicol. A informação foi confimada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (15), mas a identificação do paciente ainda não foi divulgada.
Esse pode ter sido o terceiro óbito relacionado à doença que provoca complicações graves nos rins e nas atividades neurológicas. No dia 9, morreu um morador de Ubá, de 55 anos, que havia passado o Natal na casa da filha, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. No dia 28 de dezembro, uma mulher de 60 anos faleceu em Pompéu, na região Centro-Oeste de Minas, depois de ter passado pela capital mineira. Ambos tomaram a cerveja Belorizontina.
A morte da mulher em Pompéu foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde desse município, mas ainda não é computado oficialmente entre os 17 casos analisados pela Secretaria de Estado de Saúde. A pasta informou nesta terça-feira (14) que, dos 17 casos notificados, 12 são de Belo Horizonte e os demais foram registrados em Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei. De acordo com a Polícia Civil, duas mortes pela síndrome estão confirmadas.
Uma força-tarefa foi criada para investigar as causas da grave doença nefroneural que acometeu algumas pessoas desde dezembro. A hipótese mais provável é que todas elas tenham sido intoxicadas após ingerir cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer. Amostras de sangue de quatro pacientes (inclusive do homem que morreu em Ubá) indicaram positividade para dietilenoglicol, substância tóxica usada na indústria como anticongelante.
Após a ordem do Ministério da Agricultura para recolher todos os 21 rótulos produzidos desde outubro pela Backer, a cervejaria informou ter acionado a Justiça pedindo mais tempo para realizar o recall. Em nota, a empresa disse que precisa de um prazo maior para atender a medida “da melhor maneira possível”. Em coletiva, realizada nesta terça, a empresa pediu aos consumidores que não façam uso das cervejas Belorizontina e Capixaba.
A empresa nega a utilização de dietilenoglicol em seu processo de produção, mas reconhece que a substância foi encontrada no tanque de resfriamento e em garrafas de Belorizontina. Segundo a Backer, a substância usada no processo de resfriamento é o monoetilenoglicol.
Fonte: Hoje em Dia