População em situação de rua tem ocupado Praça da Matriz de Igarapé

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Problema social tem trazido insegurança para comerciantes da região. Prefeitura diz que auxílios são recusados

Moradores de Igarapé têm questionado a situação da população de rua que cada vez mais tem feito da Praça da Matriz um local de moradia fixa. O palco e os arredores dos quiosques têm sido ocupados principalmente no período da noite. Muitos dos moradores em situação de rua possuem dependência química, o que faz com que o problema social se torne também de segurança.

A responsável por um dos quiosques da Praça da Matriz, Maria Lúcia Cordeiro, relatou que a atual situação fez com que o movimento acabasse. “Os clientes sentam na mesa e rapidinho chega um mendigo pedindo alguma coisa. E impondo. Querendo alguma coisa”. A comerciante contou que quando a licitação do quiosque foi feita, um aluguel alto foi oferecido. “Fizemos a licitação. Oferecemos aluguel alto, porque na época estava correndo dinheiro na cidade. Agora acabou. Não tem venda. Tem aluguel e a Praça aquela imundice. A socialização de Igarapé tinha que fazer alguma coisa [sic]”. A comerciante também comentou que há 6 anos trabalha na Praça, e que a situação só vem piorando.

Somente na tarde desta quinta-feira (21/12), mais de 18 pessoas estavam nas dependências da Praça. A maioria consumia algum tipo de bebida alcoólica ou já estava sob efeito da mesma. A Prefeitura informou que o uso de drogas também é realidade vivenciada pela maioria deles.

Medidas do município

A Prefeitura de Igarapé informou que por meio da Secretaria Municipal de Defesa Civil e Promoção Social e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), realiza a abordagem social quinzenalmente, visando a retirada dessas pessoas da rua e a inserção em suas famílias ou nas suas cidades de origem, caso esse desejo seja manifestado. Na maioria dos casos, a família está sem esperanças e não quer mais oferecer apoio ao morador em situação de rua. Foi ressaltado que a Constituição garante aos indivíduos o direito de ir e vir e de locomoção e, mesmo que haja preocupação com a dignidade da pessoa humana, tais moradores em situação de rua não podem ser retirados compulsoriamente do local, mesmo que tenham residência, como é o caso da maioria.

Relatos dos próprios moradores nesta situação, confirmam que comerciantes, moradores e líderes religiosos do município têm contribuído para a permanência deles nas ruas. Os mesmos afirmam estarem sendo bem acolhidos pela comunidade local, recebendo diariamente alimentos, roupas e ajuda financeira.

A prefeitura explicou, ainda, que o Serviço de abordagem de rua é realizado periodicamente, a fim de ofertar os serviços do município de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Ressalta-se que mesmo diante da resistência encontrada, as abordagens continuarão sendo realizadas, na tentativa de que o número diminua.  A partir do momento que estas pessoas manifestarem desejo de mudança, toda a rede de serviços da Prefeitura estará à disposição para realizar os atendimentos acima citados.

Questão de saúde

Uma vez que a dependência de álcool e outras drogas é a realidade vivenciada pela maioria deles, são ofertados encaminhamentos aos serviços de saúde como Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece acompanhamento para as dependências, encaminhamentos para obtenção de 2ª via de documentos e auxílio transporte, para o Centro de Referencia em Assistência Social(Cras), para participação das oficinas realizadas, Sine, para vagas de emprego, assistência psicológica, entre outros programas sociais. Auxílios que, na sua totalidade, são recusados.

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Quiosques da Praça da Matriz estão ficando vazios.